V – TIRANDO DÚVIDAS SOBRE O SÁBADO


1 – Diferença entre o Sábado moral e os Sábados cerimoniais (Ez. 20:12,20 Os. 2:11). As Escrituras Sagradas fazem referência clara a dois sábados. A saber: o Sábado moral e o Sábado cerimonial. Um é o Sábado do sétimo dia da semana. O outro ocorria em datas fixas do ano, como se fosse um feriado nacional, visto que em hebraico não existe termo para a expressão “feriado”, pois a própria palavra “shabath” significa cessar, pausa (veja Êx. 5:4,5, onde se usa a mesma palavra no original), denotando, portanto um descanso religioso (como os que temos no Brasil). Assim é que, em forma ampla. “shabath” assinalava certos dias de festa instituídos por quando se exigia a pausa do trabalho, mas que necessariamente não caíam no dia da semana cognominado Sábado (Lv. 16:29-31). Esses Sábados cerimoniais eram em número de sete. Eles tinham uma finalidade: “eram sombras das coisas futuras” (Hb. 10:1). Esses festivais sabáticos eram os seguintes: 1) Páscoa – 15º dia do primeiro mês; 2) Festas dos Pães Asmos – 21º dia do primeiro mês; 4) Memória da Jubilação (Festa das Trombetas) – 1º dia do sétimo mês; 4) Dia da Expiação – 10º dia do sétimo mês; 6) 1º Dia da Desta dos Tabernáculos – 15º dia do sétimo mês ; 7) Último Dia da Festa dos Tabernáculos – 22º dia do sétimo mês.

2 – O Sábado que foi abolido por Deus (Cl. 2:14-17). Como já dissemos anteriormente, todos aqueles sábados cerimonias que apontavam para um futuro, ou seja para Cristo, sendo dessa forma cravados na cruz do calvário, uma vez que já tinham cumprido o seu propósito profético.

3 – A Instituição do Domingo como dia de guarda (Dn. 7:25). Na primeira parte do quarto século, Constantino, o imperador romano, se tornou cristão. Ele ainda era pagão quando decretou que os escritórios do governo, cortes e as oficinas dos artesões deveriam fechar no primeiro dia da semana, “o venerável dia do sol”, como era chamado. E foi naquele mesmo século que o Concílio de Laodicéia (321 d.C.) expressou a preferência pelo domingo. Uma vez que muitos cristãos tinham sido adoradores do Sol antes de sua conversão ao cristianismo (os adoradores do Sol guardavam o primeiro dia da semana há séculos), tornar o domingo um costume cristão seria uma vantagem para a igreja.
Assim, por vários séculos, ambos os dias foram observados lado a lado. De fato, essa prática paralela continuou até o século VI com o verdadeiro sábado sendo observado em muitas áreas do mundo cristão. Mas com o paganismo se infiltrando na igreja, sob a influência tanto da popularidade como da perseguição, o domingo foi enfatizado cada vez mais, e o sábado cada vez menos. Os escritos dos pais da igreja primitiva nos contam a história. Eles traçaram o caminho da apostasia. Eles registraram as práticas da igreja primitiva. Nenhum escritos eclesiástico dos primeiros três séculos atribuiu a origem da observância do domingo a Cristo nem aos apóstolos. Augusto Neander, um dos principais historiadores da era cristão, escreveu: “O festival do domingo, como todos os outros festivais, era apenas uma ordenança humana, e estava longe da intenção dos apóstolos estabelecer um mandamento divino a esse respeito. Não era intenção deles nem da igreja apostólica primitiva transferir as leis do sábado para o domingo” - A História da Religião e da Igreja Cristã, pág. 186.

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